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Archive for the ‘memórias’ Category

Os portugueses chamam o Arquivo X de Ficheiros Secretos (ou melhor, F’chéirus S’crétush). A coisa mais divertida era sentar com os meus amigos em Lisboa para ver Ficheiros Secretos à noite e rir das às vezes inusitadas legendas em português europeu.

Era sempre engraçado ver alguém dizendo “Olá, malta” ao invés de “Hey guys”. E as formas de tratamento, que costumavam me causar grande confusão no início: Ms. Scully virava “a menina Scully”. (Pois é, em Portugal eu era “a menina Angela”…)

Mas o prêmio de melhor tradução literal vai para o episódio em que um personagem diz algo do tipo “He’s in a far away place now… a thousand miles from here…”, e o tradutor me inventa a seguinte legenda:

“Ele está longe, a 1600 quilómetros daqui…”

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Incenso

Um cheiro de incenso veio de não sei onde, e justamente o incenso que me lembra morte e perda. É que esse incenso é o cheiro predominante em missas budistas e xintoístas, e eu só costumo ir nesses eventos quando morre alguém da família.

Espero que seja algum vizinho fã de badulaques astrológicos, porque se o cheiro veio de dentro da minha cabeça — e já aconteceu de eu sentir cheiros vindos de lugar algum — então o meu irmão está certo e isso se chama tumor.

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Amoreiras

As amoreiras continuam lá, e o sol continua secando as amoras que caem na rua. Então algumas coisas de Barão permaneceram iguais. Ainda bem!, uma coisa a mais para me deixar feliz. :)

Isso me lembra que na frente do meu colégio em São Paulo tinha um pé de amora que vivia cheio de crianças. As amoras cresciam respirando o ar poluído da Marginal Pinheiros, e as crianças também. Quantas gerações de crianças será que essa amoreira viu passar?

EDITANDO: Na mesma semana reencontrei a Teca, que morou comigo naquela casa perto do Bar da Coxinha. Ela está linda e feliz, o Uli vai nascer em abril! Disse pra ela da emoção de passar em frente à nossa antiga casa e ver que a vizinhança continua a mesma, mas imagino que se ela voltasse para visitar aquele lugar, a emoção seria ainda maior.

Eu queria que o Uli tivesse uma labrador como a Fraia, e corresse com ela pra colher amoras mesmo se não fosse em Barão.

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Fado

Alguns dias têm cheiro de fado. É um cheiro triste, meio frágil mas persistente, que chega assim sem aviso prévio e enche de voz de Amália os pulmões de quem ouve. Ela já cantou um dia que o fado cheira sempre à solidão, mas estava levemente enganada; pelo menos pra mim, o fado tem cheiro de lembranças…

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Semana cheia sem muito tempo pra ficar de papo pro ar, acordando cedo e fazendo mil coisas — entre elas, pão para comer nos intervalos do workshop. Ninguém agüenta ficar ouvindo sobre *qualquer* assunto durante 6 horas sem que haja pelo menos um cafezinho com guloseimas no meio…!

Hoje, um pouco antes da primeira apresentação, e não me lembro mais por que, a Simone falou de como algumas coisas em Barão Geraldo mudaram. Naquele momento me lembrei da Padaria Alemã.

A minha primeira vinda a Campinas foi há 12 anos, quando o meu irmão entrou na faculdade e viemos fazer a matrícula na UNICAMP. Antes de voltar pra São Paulo naquele dia, resolvemos parar pra comer. Escolhemos a Padaria Alemã, que não me lembro se já tinha esse nome, e entramos.

Talvez seja a memória que me falha, mas aquele lugar parecia menor do que é atualmente. Não me lembro se aquela sala com as mesinhas já existia, mas no fundo isso não importa. O que importa é que o lugar era imundo.

Formigas aos montes, morando nos açucareiros! Mosquitos e outros insetos sobrevoando os pães! O balcão cheio de restos e migalhas! O horror, o horror! OK, não era o fim do mundo, mas eu me lembro claramente que a minha mãe — que até gosta de comida nem-sempre-higiênica de barracas — não quis comer nada lá e insistiu pra ir embora.

Seis anos depois, lá ia eu fazer a minha matrícula. Descobri que a padaria tinha se transformado num dos melhores lugares de Barão para tomar café da manhã ou da tarde, e tudo era muito gostoso. O ruim era o atendimento (e o fato de que nunca tinha tomate seco pra colocar nos sanduíches), mas tudo bem. Eu gostava daquele lugar, até mais do que a Panetteria Di Capri.

Um dia desses passo de novo por lá para ver como anda a comida. Porque provavelmente o serviço ainda é de gosto duvidável.

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Tchiramissú

Toda vez que nós brasileiros dizíamos “tchiramissú”, o Francesco — italiano querido que morava conosco em Lisboa — reclamava e dizia que não era tchi e sim ti, sem o chiado. E reclamava também que a forma correta de se escrever é com um s só e acento grave no u. Tiramisù.

Mas a gente sempre dizia tchi, e ele sempre gesticulava em desespero. Como a diferença na pronúncia não altera o sabor da sobremesa, aproveitem que a receita dele está agora na segunda aba, e digam tchiramissú de boca cheia!

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