Fim do século XVII, Portugal. Cipriana de Souza está feliz com o seu novo casamento. Ela e seu querido soldado, Pedro Corrêa, vão levando a vida naquela calma interiorana. Cipriana até parece ter superado a trágica morte seu primeiro marido, João Soares da Motta. Também soldado, João foi morto em serviço, perto de Goa. Seu nome estava na lista dos soldados mortos em 1690 na nau Sacramento. Pobre João. O mundo é mesmo um lugar selvagem.
Parece um início de algum filme/novela meia-boca, não? Mas espere!
João está vivo! Em 1690, partiu na nau Santiago Maior e desceu em Moçambique. De fato, ele nunca pisou em Goa. Porém Cipriana conseguiu forjar um certificado da Casa da Misericórdia, em que se atestava que João havia morrido. Com isso, pôde se casar com Pedro, pois estava provado que era viúva.
Foi então que alguém a denunciou à Inquisição. E seu caso parou nas mãos de um Comissário do Santo Ofício, que foi investigar a coisa toda.
E daí o Comissário descobriu que, além do certificado, também o nome da acusada era falso! Cipriana de Souza era, na verdade, Joana Machado! João havia se casado com uma falsária! Imagino Joana/Cipriana em sua cela, tramando vingança contra quem a denunciou. Mas quem terá sido? Uma vizinha? Um amigo de João? Ou ainda *pausa dramática* o próprio Pedro?!
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Toda vez que eu vejo um novo enredo de novela sendo anunciado, fico pensando que os arquivos da Inquisição são muito mais interessantes…