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Nasceu!

A minha dissertação tem aproximadamente 1kg. São 197 páginas de pura diversão! Quer dizer, mais da metade são dados.

Se bem que pode-se dizer que os dados são mais divertidos do que a dissertação em si: os causos da Inquisição são prato cheio para quem gosta de história e, principalmente fofoca! Que nem a história da mulher que forjou a certidão de óbito do marido soldado que estava em viagem, só pra poder casar de novo.

Agora, se me dão licença, vou lá abrir genelas fora doras para poder dizer palauras diaboliquas!

Para quem não conhece, os Gato Fedorento são um grupo de humoristas portugueses. Humor nonsense, estilo Monty Python, e é ótimo. Uma das temporadas do programa deles se chamava Série Lopes da Silva. O que significa que todos os personagens que apareciam na história tinham o sobrenome Lopes da Silva.

E daí que nos arquivos da Inquisição de Lisboa tem uma carta de denúncia muito engraçada (mesmo sem a intenção de ser engraçada), do século XVIII. É que quase todas as testemunhas nomeadas pelo denunciante se chamam Manoel. Aliás, o próprio denunciante se chama… Manoel!

O trecho vai mais ou menos assim:

…e disso são testemunhas Manoel Dias, Manoel João Vinagre, Manoel F… (sobrenome ilegível), Simão Dias, Manoel Vaz de Abreu e Manoel Nogueira.

– Manoel da Silva

Quem sabe o denunciante não se chamava Manoel LOPES da Silva? :D

Você sabe que seu cérebro está começando a mostrar sinais de funcionamento bizarro quando, ao ler o sobrenome Quirk num texto acadêmico, pensa “Quaptain Quirk!” e se esborracha de rir do seu próprio pensamento.

Ou isso ou eu sou mesmo da turma dos geeks sem solução.

Apesar do quê, detesto Star Trek. Prefiro o Hitchhiker’s Guide do Douglas Adams! (os livros, não o filme!!)

Paixão! Intriga! INQUISIÇÃO!

Fim do século XVII, Portugal. Cipriana de Souza está feliz com o seu novo casamento. Ela e seu querido soldado, Pedro Corrêa, vão levando a vida naquela calma interiorana. Cipriana até parece ter superado a trágica morte seu primeiro marido, João Soares da Motta. Também soldado, João foi morto em serviço, perto de Goa. Seu nome estava na lista dos soldados mortos em 1690 na nau Sacramento. Pobre João. O mundo é mesmo um lugar selvagem.

Parece um início de algum filme/novela meia-boca, não? Mas espere!

João está vivo! Em 1690, partiu na nau Santiago Maior e desceu em Moçambique. De fato, ele nunca pisou em Goa. Porém Cipriana conseguiu forjar um certificado da Casa da Misericórdia, em que se atestava que João havia morrido. Com isso, pôde se casar com Pedro, pois estava provado que era viúva.

Foi então que alguém a denunciou à Inquisição. E seu caso parou nas mãos de um Comissário do Santo Ofício, que foi investigar a coisa toda.

E daí o Comissário descobriu que, além do certificado, também o nome da acusada era falso! Cipriana de Souza era, na verdade, Joana Machado! João havia se casado com uma falsária! Imagino Joana/Cipriana em sua cela, tramando vingança contra quem a denunciou. Mas quem terá sido? Uma vizinha? Um amigo de João? Ou ainda *pausa dramática* o próprio Pedro?!

***

Toda vez que eu vejo um novo enredo de novela sendo anunciado, fico pensando que os arquivos da Inquisição são muito mais interessantes…

Pra mim, esse negócio de reforma ortográfica parece mais um sketch do Gato Fedorento. Faz todo o sentido! Imagine os caras, engravatados, sentados à mesa numa sala com bandeirinhas da CPLP. Atmosfera de tédio geral. Diz um português:

– Ó pá… tamos aqui a fazer nada… seria bom ter algo para fazer.

– É isso aí, diz um brasileiro. Temos que arranjar uma tarefa que justifique essa porra!

Silêncio. Todos com cara de tédio. E aí alguém, não se sabe ao certo de qual nacionalidade, diz todo contente:

– Já sei! Vamos mudar algumas coisas  da ortografia da língua portuguesa de modo a justificar a existência da CPLP, causar comoção no mundo lusófono inteiro, e desviar a atenção da população!

– É genial!, diz outro. Considere aprovado!

Silêncio novamente. As caras de tédio voltam, e ficam assim por um tempo. Finalmente, diz um:

– Alguém quer ir pro bar, tomar uma cerveja?

Todos concordam, e saem. Fim!

Preguiça de 2008

Vai chegando essa época do ano — mais especificamente, esse conjuntinho de últimos dias antes do novo ano — e vai me dando uma preguiça do ano velho. Quer dizer, eu sei que já está quase acabando, mas ainda assim, os dias parecem longos. 2008 me dá uma preguiça danada… quero mais é que 2009 chegue! :D

Alguém pode me explicar por que diabos sempre que essa MERDA de chuveiro pára de funcionar é comigo?

Neste momento sinto tanto ódio que dá vontade de jogar uma pessoa pela janela. Não importa qual.

Sem juízo

Eu nunca tinha ouvido falar em dente do siso até que, quando ainda era adolescente, tive que tirar um raio-x de todo o maxilar e levar ao dentista.

“Ué… você já arrancou os sisos?”

“Ahn… que eu saiba não…”

Na certa o dentista achou estranho, afinal de contas um siso não é algo que se arranca sem saber ou sem se notar. Então ele me mostrou: 28 dentes no total, e nenhum sinal de siso nos fundos.

E então eu nunca tive o tal do dente do juízo, o que obviamente não quer dizer que eu não tenho juízo algum. Em compensação, os meus segundos molares nasceram tortos, inclinados em direção aos respectivos dentes vizinhos, o que significa que daqui a alguns anos eu terei MUITA dor de cabeça por causa da pressão.

Por isso, leitor, se você por um momento me invejou por eu não ter tido que arrancar os tais dos dentes, think again. ;)

Ingredientes

Se eu fosse feita das roupas que uso.
Se eu fosse feita das coisas que consumo.

Mas eu não sou.

Eu sou feita de quê?

Lisboa continua boa

Fui pra Bélgica apresentar um trabalho numa conferência sobre português. Confesso que Bruxelas foi meio decepcionante, o centro histórico era muito pequeno e no fundo era apenas uma cidade grande e cinza. A conferência na verdade foi em Ghent, cidade na parte flamenga e bem mais simpática. Olha só o meu amiguinho no castelo lá, onde tinha um Museu da Tortura:

Ghent é uma cidade de universitários. Mas diferentemente de Barão Geraldo, é uma cidade universitária toda medieval, e repleta de bicicletas. E com mais de 300 tipos de cerveja! A de cereja, a de framboesa e especialmente a de pêssego (pêcheresse) são sensacionais.

Na volta para o Brasil, parei em Lisboa para rever os amigos que ainda estão lá e comemorar o meu aniversário no Bairro Alto. Foi um pouco estranho voltar; a residência universitária onde eu morava continua tendo o mesmo cheiro. Os sons da Baixa continuam os mesmos (exceto pelo cara do realejo que ficava na Rua Augusta, que costumava me acordar todos os fins de semana com a mesma música tocando à exaustão, e de quem não ouvi uma nota sequer agora). A maioria das pessoas também continua a mesma, o que é bom.

De fato Lisboa continua muito boa. O clima agradável (18 graus contra 6 de Ghent), a comida boa, os bares do Bairro Alto, etc. Só não senti muita falta daqueles funcionários mal-educados do aeroporto de Lisboa. Não entendo de onde vem tanto mau humor.

Em tempo

A TAP não extraviou nem atrasou minha mala nenhuma vez! É um verdadeiro milagre!